No nosso terceiro dia em Viena, acabamos acordando mais tarde. Amanheceu chovendo e resolvi ficar de preguiça no quarto, lendo. Por isso não tomamos café, fomos direto almoçar.
Viena tem vários cafés famosos e fomos almoçar em um deles, o Café Museum. É um lugar bastante frequentado por intelectuais e artistas. Gustav Klint costumava ir lá. Foi fundado em 1899 e tem feito sucesso desde então. O lugar é bonito, elegante e aconchegante e a comida não deixa a desejar. Meu prato estava delicioso e foi acompanhado, claro, por um ótimo riesling. Fica na Operngasse 7, A-1010.
Comida italiana, pra variar
De lá fomos para o Palácio Holfburg de Viena. O palácio foi a residência dos Habsburgos por mais de 600 anos e hoje é o museu mais frequentado da cidade. Foi construído no século XIII e continuamente ampliado até o início do século XX. O museu abriga os apartamentos imperiais, a coleção de prataria do palácio e o museu Sissi, dedicado a sua famosa imperatriz. O museu é lindo e imponente e dá pra ficar horas lá dentro se deliciando com sua vasta coleção. Compramos os ingressos na bilheteria do museu. Custa 18 euros por adulto. Crianças e estudantes (até 25 anos) pagam menos. O endereço é Michaelerkuppel, A-1010.
Fachada do palácio
Logo na entrada do Museu de Sissi e dos apartamentos imperiais tem um café bem gostosinho. Quando saímos do museu, resolvemos tomar uma taça de vinho lá. Café Holfburg, Hofburg, Innerer Burghof, 1010.
Café Holfburg
Nesse dia só choveu pela manhã, mas estava bem frio. Passeando pela cidade encontramos um outro famoso café, 0 Landtmann. Esse café sempre foi frequentado por intelectuais e psicanalistas, inclusive Freud. É comum encontrar famosos por lá. Como ainda não estávamos com fome, tomamos só um café, pra esquentar.
No Café Landtmann. Pense num frio!
Quando a fome bateu, resolvemos ir em outro restaurante português, dessa vez o Lisboa Lounge, Dine & Wine. Ambiente alegre e descontraído e comida bem gostosa. Fica em Mühlgasse 20, 1040.
E fui de polvo novamentePera ao vinho com sorvete. Bom demais!!!
O ano é 1981. Geórgui Jachmenev, um senhor de 82 anos, está em um hospital em Londres, ao lado do leito da sua esposa Zoia, diagnosticada com um câncer terminal. Geórgui e Zoia são expatriados russos e casados há mais de 60 anos. Prestes a perder a mulher de sua vida, Geórgui começa a recordar os acontecimentos que os levaram até ali.
Em 1915, Geórgui Jachmenev é um jovem de 16 anos que vive sem perspectiva no pequeno vilarejo de Cáchin, na Rússia. O lugar se prepara para receber o grão-duque Nicolau Nicolaievitch, primo do czar Nicolau II, da Rússia. Vale ressaltar que na época, milhões de pessoas passavam fome e lutavam para sobreviver, enquanto o czar e sua família viviam no luxo e na opulência de seus palácios. Por causa disso, há um tentativa de assassinar o grão-duque e, por um golpe de sorte, Geórgui consegue salvar a vida dele. Nicolau Nicolaievitch fica tão agradecido ao rapaz que resolve levá-lo a São Petersburgo, onde ele se torna guarda-costas do czarevich Alexei Romanov, futuro czar russo.
O Palácio de Inverno, do renomado escritor irlandês John Boyne, segue duas linhas temporais distintas: a que começa em 1981 e vai decrescendo e a que começa em 1915 e segue até 1918, onde as duas linhas se encontram.
O livro é um romance histórico, onde a família real russa e o monge louco Rasputin são personagens importantes na história. Mas é também uma das histórias de amor mais lindas que já li. Nela Geórgui conta como conheceu e se apaixonou pelo seu primeiro amor, a grã-duquesa Anastásia Nikolaevna, filha mais nova do czar.
Essas lembranças são praticamente uma terapia para Geórgui, onde ele recorda do deslumbramento de estar junto à família do czar, a culpa em relação à família, principalmente a irmã mais velha e mais querida, além da vergonha de alguns atos que ele gostaria de esquecer.
A narrativa de Boyne é fascinante. Ao mesclar passado e presente, acontecimentos históricos e romance e até mesmo um certo suspense, o autor nos leva ao final, que mesmo não sendo surpreendente, vale cada segundo de leitura desse livro incrível. Até o presente momento, o melhor livro que li este ano. Apenas leiam.
No nosso segundo dia em Viena, o dia amanheceu ensolarado (finalmente!). Acordamos tarde e fomos direto almoçar num restaurante bem meia-boca que não vale à pena comentar aqui.
Depois do almoço, partimos para a Maria-Theresien-Platz, uma das praças mais bonitas da cidade, que abriga o Kunsthistorisches Museum (Museu de História da Arte) e o Naturhistorisches Museum (Museu de História Natural). Você pode comprar entrada combinada para os dois museus por 22 euros. Se estiver num grupo de dez pessoas, o preço cai para 19 euros. É bem tranquilo comprar as entradas no próprio museu. Não abre as segundas. O endereço é Maria-Theresien-Platz, 1010.
O prédio é belíssimo!
Nós fomos no Kunsthistorisches Museum, que foi inaugurado em 1891, num belíssimo prédio de estilo renascentista italiano. O acervo dele é enorme. Abriga uma vasta coleção imperial dos Habsburgos, que foram, ao longo dos séculos, patronos das artes. O museu tem vários departamentos de arte egípcia, grega, romana, barroca. Tem pinturas, esculturas, instrumentos musicais antigos, armas e armaduras, enfim, é um museu completo que vale muito à pena conhecer.
No museu tem um lindo café que fica situado abaixo da cúpula do museu. O brunch de domingo, servido entre às 11h e 14h30 é bem famoso e precisa de reserva. Como fomos só tomar um café, foi bem tranquilo.
Simplesmente maravilhoso
Saindo do museu, fomos a um bar super bem recomendado em Viena, o Bier & Bierli. Tem cervejas de vários lugares do mundo, além de petiscos bem saborosos. E gente bonita pra ver. Operngasse 12, 1010.
Salzburg foi um dos lugares mais encantadores que visitei. A cidade é simplesmente linda! Três dias foi pouco, sinal que preciso voltar. No nosso último dia em Salzburg, conhecemos uma pequena joia: o Mozartkino. É um cinema intimista, com lindos murais pintados e que exibe filmes desde 1905. É um dos cinemas mais antigos do mundo e fica localizado dentro do Altstadthotel Kasererbräu, o hotel onde fiquei hospedada.
O filme Downton Abbey estava sendo exibido quando estávamos lá, mas só com dois horários. No idioma original inglês à tarde e dublado em alemão à noite. Até pensei em assistir, mas quando viajamos, geralmente só chegamos no hotel à noite. E como não falo alemão…O cinema fica na Kaigasse 33, 5020 Salzburg.
Pequeno e eleganteOlha o tamanho do projetor
Saindo de lá, fomos a um restaurante para nosso último almoço em Salzburg. O escolhido foi 0 Gasthof Goldgasse, que fica no Goldgasse Hotel. O restaurante, que tem uma estrela Michelin, serve uma autêntica comida austríaca com novas interpretações de receitas tiradas de um livro publicado em 1719. Achei a comida deliciosa! Goldgasse 10, 5020 Salzburg. Telefone +43 662 848200.
Simples e deliciosa
Do restaurante, seguimos para o hotel pra pegar as malas e fomos direto pra estação de trem. Nós compramos as passagens pra Viena aqui, mas eu soube que é tranquilo comprar na hora, a não ser em horário de pico. A viagem dura cerca de 2 horas e 30 minutos.
Ficamos no Hotel Mercure Wien City, um 4 estrelas que deixou a desejar. A localização é ótima, mas o quarto era pequeno, o banheiro escuro e a limpeza poderia ser melhor. Hollandstraße 3, 1020 Wien. Telefone +43 1 213130.
Largamos as malas no hotel e fomos explorar a cidade. Porém, adivinhem? Pra variar, estava chovendo. Resolvemos conhecer a Catedral de Santo Estêvão, uma das mais antigas igrejas do estilo gótico europeu e que fica localizada no centro da cidade, bem perto do hotel. Ela foi construída sobre as ruínas de uma antiga igreja em 1147 e renovada no estilo gótico entre 1304 e 1433. A igreja é linda, com arte sacra mais voltada pro barroco do que pro gótico. Por causa da chuva, a igreja estava bem escura por dentro e as fotos não ficaram boas.
Foto da Wikipedia
Fomos jantar no Senhor Vinho, restaurante português com ambiente agradável e atendimento e comida excelentes. Não fomos com reserva, mas é recomendável fazer. Quando chegamos, a cozinha estava fechando e quase não conseguimos lugar, mas eu já disse que tenho sorte com restaurantes, não? O maitre já tinha se desculpado e dito que não tinha mais vaga, mas o chef nos viu e mandou a gente entrar. 😉 O endereço é Schwarzhorngasse 8, 1050 Wien. Telefone +43 1 5458400.
Polvo pra lá de deliciosoSobremesa portuguesa, com certeza
Foi uma noite divertida, conversando em português com os simpáticos donos do restaurante.
No nosso terceiro dia em Salzburg, acordei mais cedo e fui passear pela cidade. Apesar do tempo nublado, não choveu e deu para passar mais tempo caminhando pelo local. Acabei indo parar na Mozartplatz, que é localizada no centro histórico de Salzburg e é ladeada pela Residenzplatz e Waagplatz. O destaque da praça é a estátua de Mozart.
Mozartplatz com estátua de Mozart
Passei também pelo Horse Pond, numa tradução livre, lagoa de cavalos. O lugar foi projetado e construído em 1693 por Johan Bernhard von Erlach durante a construção da fachada dos estábulos reais. Esse lugar também aparece no filme A Noviça Rebelde.
The Horse Pond
Encontrei com as meninas pra tomar café no Tomaselli, que falei dele aqui. O café da manhã é ótimo. Tomei um chocolate quente delicioso. De lá fomos no Sound of Music World, um pequeno museu dedicado à família von Trapp, que deu origem ao filme The Sound of Music (A Noviça Rebelde). Em menos de uma hora dá pra conhecer mais detalhes sobre a família musical que originou o filme. Tem fotos, objetos pessoais e entrevistas em vídeo de Maria von Trapp e uma das filhas. Na lojinha do museu tem livros com biografias da família, além de lembrancinhas como, marcadores de livros, imãs de geladeira e outras coisinhas. Eu amei conhecer!
Uma curiosidade: Maria von Trapp, quando viu que o Christopher Plummer faria o Capitão von Trapp no filme, falou que ele era em mais bonito que o marido dela. Não deixa de ter razão. O museu fica na Hubert-Sattler-Gasse 1, 5020 Salzburg.
Saindo do Sound of Music World, fomos para outro museu, o Mozart-Wohnhaus, onde Wolfgang Amadeus Mozart viveu parte de sua vida. Lá tem rascunhos e partituras originais do compositor, fotos da família e até mesmo seu piano original. Dá pra comprar o ingresso na hora. Fica na Makartplatz 8, 5020 Salzburg.
De lá fomos para a Mirabellplatz, uma das locações mais famosas de A Noviça Rebelde. O lugar é lindo e os turistas se encantam pela vista dos jardins em direção ao palácio Mirabell, construído em 1606 pelo príncipe-arcebispo Wolf Dietrich para sua amada Salome Alt. Hoje serve como cenário de casamentos e locação de fotos. Os jardins do palácio Mirabell foram completamente redesenhados sob o comando do arcebispo Johann Ernst von Thun em 1690. O lugar é incrivelmente instagramável.
Palácio Mirabell ao fundo
De lá fomos passear ao longo do rio Salzach. Assim como o Sena, em Paris, ele é bem verdinho. Lindo, mesmo num dia nublado. Como quase toda famosa cidade europeia, em Salzburg também tem uma Love Lock Bridge, a famosa ponte dos cadeados.
Love Lock Bridge com vista da cidadeUma lindeza de cidade
Depois do almoço fomos conhecer a fortaleza Hohensalzburg Fortress. O funicular leva 54 segundos para transportar você, mas como o tempo estava favorável, resolvemos subir a pé. A subida é bem tranquila.
O Hohensalzburg Fortress é uma grande fortaleza medieval localizada no topo da montanha Festungsberg, numa altitude de 506 metros. É uma das atrações mais famosas da cidade. O lugar começou a ser construído em 1077, pelo arcebispo Gebhard von Helfenstein. O local foi expandido para proteger os interesses dos arcebispos locais, que eram poderosas forças políticas na época medieval. A única vez que a fortaleza foi realmente sitiada foi durante a revolta camponesa, em 1525. Além de fortaleza, o lugar também serviu como prisão.
É um local imperdível e cheio de histórias. De lá dá pra ver todo centro histórico da linda cidade de Salzburg e, num dia de sol, os Alpes.
Dentro da fortalezaPor dentro da fortaleza tem uma mini cidade
Saímos pouco antes das seis da tarde de lá, por isso não pudemos entrar na Abadia de Nonnberg, outro local onde foi filmado A Noviça rebelde, que já tinha fechado.
Entrada da Abadia de Nonnberg
Salzburg é uma das cidades mais lindas que visitei e acho que todo mundo deveria ir lá ao menos uma vez na vida. Abaixo mais algumas fotos.
Você já conhece a autora Beth O’Leary? Eu nunca tinha ouvido falar até que vi o livro Teto Para Dois no aeroporto de São Paulo. Resolvi comprar pra ler na viagem de volta, mas o sono me venceu e ele acabou indo parar na minha pilha crescente de livros pra ler. Uns meses atrás resolvi lê-lo e tive uma agradável surpresa.
Tiffy e Leon moram no mesmo apartamento, dormem na mesma cama, mas nunca se viram. Não, não é nada sobrenatural. Tiffy trabalha numa revista sobre trabalhos manuais e precisa desesperadamente de um lugar para morar, depois de ter terminado um relacionamento conturbado. Leon é enfermeiro e precisa de um dinheiro extra para ajudar ao irmão. Sem nunca se verem, eles entram num acordo. Tiffy trabalha de dia e fica com o apartamento (e a única cama) à noite. Leon trabalha à noite e fica com o apartamento durante o dia. Nos fins de semana ele vai para a casa da namorada.
A narrativa do livro é bem interessante. Ela intercala pensamentos e momentos de Tiffy e Leon, cada um narrando um capítulo. O relacionamento dos dois vai sendo construído aos poucos, através de post-its. No início só com recadinhos tipo, “não deixe a tampa do vaso levantada”, “fiz um bolo”, “ligaram pra você”…Com o tempo, os recados vão ficando mais fofos, e Tiffy e Leon se veem cada vez mais atraídos um pelo outro, mesmo sem nunca terem se visto.
Porém, o livro não é apenas fofurice. Ele trata de temas pesados como relacionamento abusivo e como um relacionamento tóxico pode causar danos nas pessoas, como as vítimas se sentem culpadas, mesmo que a culpa NUNCA seja delas. Ele aborda também um caso de injustiça do setor judiciário e a luta para a reversão desse caso. Há também a procura de um amor perdido décadas atrás e o esforço dos personagens para que aconteça um reencontro. Tudo isso tratado de uma forma leve. O final do livro não poderia ser mais fofo.
Passeando um dia na livraria, pensando em gastar dinheiro com livros, me deparei com A Troca, da mesma autora de Teto para Dois. Claro que comprei e, como no livro anterior, me apaixonei pela história.
Leena tem 29 anos, mora em Londres e está atravessando um período muito difícil por causa da morte da irmã. Depois de ter um crise de pânico durante a apresentação de um trabalho, sua chefe lhe dá dois meses de férias remuneradas, apesar dos protestos de Leena. Eileen, avó de Leena, tem 79 anos e mora em Hamleigh-in-Harksdale, cidadezinha do interior da Inglaterra, no condado de Yorkshire. Ela é uma mulher dinâmica e cheia de vida e quer encontrar um novo amor, depois que o marido foge com a professora de dança.
Depois das férias impostas, Leena resolve passar uns dias com sua avó. E lá ela tem a ideia de trocarem de casa. E de vida. Leena ficaria em Hamleigh e Eileen iria morar em Londres na casa de Leena junto com seus dois colegas de apartamento. Eileen propõe que elas também troquem de celular e acaba ficando com IPhone de Leena, enquanto a neta fica com o celular praticamente pré-histórico da avó.
A narrativa do livro é a mesma da anterior e o leitor fica sabendo o que acontece com as duas personagens simultaneamente. Apesar de jovem, Leena faz amizade com os amigos idosos de Eileen, enquanto esta fica amiga dos amigos de Leena e aprende com eles a usar as redes sociais, o Tinder entre elas.
Como no livro anterior, esse também tem temas mais pesados, como luto, perda, raiva e depressão. A autora tem um jeito leve de tratar temas mais sérios de um jeito leve que acaba conquistando você.
O foco do livro é nas mudanças e descobertas de Leena e Eileen, mas há lugar para novas amizades, perdão, um cachorro bagunceiro, velhinhos intrometidos, um ator charmoso e um cara de cabelo bagunçado, incríveis olhos azuis e lindas covinhas quando sorri. Confesso que covinhas me derrubam. 😉
É daqueles livros que deixam o coração quentinho quando você termina de ler. Já quero adquirir Na Estrada com o Ex, novo livro da autora. Todos são distribuídos pela editora Intrínseca.
Eu sou o tipo de pessoa que compra livros mesmo já tendo uma pilha gigante pra ler. Uma espécie de paqueradora literária. Lendo um e de olho em outro. Ou outros. Há uns três anos eu estava passeando numa livraria (adoro!) quando dei de cara com um livro de capa super fofa: A Pequena Livraria dos Corações Solitários, de Annie Darling. Além da capa e do título, gostei da sinopse, uma comédia romântica levinha, e resolvi comprar. Mas larguei na minha enorme pilha de livros e esqueci. Há poucos meses, numa noite de insônia, fui procurar algo leve pra ler e dei de cara com ele.
Comecei a ler e me envolvi com a história, leve e divertida. E acabei descobrindo que é o primeiro de uma série. Eu amo ler livros clássicos e também de suspense, mas uma comédia romântica é sempre um ótimo livro de cabeceira. Claro que comprei todos os outros.
A livraria tem quatro funcionários carinhosamente chamados pela dona, Lavinia, de um “bando de alegres desajustados”. Posy, Verity, Nina e Tom são os quatro corações solitários da livraria e têm um livro dedicado a cada um.
“Era uma vez uma pequena livraria em Londres, onde Posy Morland passou a vida perdida entre as páginas de seus romances favoritos. Assim, quando Lavinia, a excêntrica dona da Bookends, morre e deixa a loja para Posy, ela se vê obrigada a colocar os livros de lado e encarar o mundo real. Porque Posy não herdou apenas um negócio quase falido, mas também a atenção indesejada do neto de Lavinia, Sebastian, conhecido como o homem mais grosseiro de Londres. Posy tem um plano astucioso e seis meses para transformar a Bookends na livraria dos seus sonhos — isso se Sebastian deixá-la em paz para trabalhar. Enquanto Posy e os amigos lutam para salvar sua amada livraria, ela se envolve em uma batalha com Sebastian, com quem começou a ter fantasias um tanto ardentes. Resta saber se, como as heroínas de seus romances favoritos, Posy vai conseguir o seu “felizes para sempre”.
Esse título, com essa capa linda e essa sinopse fofa, além do fato da história se passar em Londres me fizeram comprar o livro. Os pais de Posy trabalharam com Lavinia durante toda vida. Seu pai administrando a livraria e sua mãe administrando o salão de chá anexo. Até que eles morrem num acidente de carro quando Posy ainda é muito jovem e seu irmão Sam apenas um garotinho. Lavinia os deixa morando no apartamento logo acima da livraria e quando morre deixa a livraria praticamente falida para Posy. A moça tem dois anos para colocar o negócio nos eixos ou Sebastian, neto de Lavinia, assumirá a loja no lugar dela.
Apesar de ter achado o livro fofo, ele é o mais fraco dos quatro. Posy é muito imatura aos 28 anos. Às vezes Sam, seu irmão adolescente, é mais maduro que ela. Em compensação ela ama livros, especialmente livros românticos da época da Regência e sabe absolutamente tudo sobre eles. Sebastian, o neto de Lavinia, é um dos personagens literários mais chatos que já vi. É rico e o rei da tecnologia, tendo uma aplicativo de encontros chamado HookUp que faz muito sucesso. Parece que esses aplicativos estão na moda, não? Posy quer transformar a livraria num local que venda apenas ficção romântica e Sebastian é completamente contra. Apesar dos diversos arranca-rabos que eles têm durante toda a história, de alguma maneira os dois funcionam bem juntos.
Eu adoro a interação de Posy com seus amigos Verity, Nina e Tom, apesar de todos serem completamente diferentes um do outro. Verity é introvertida, Nina é uma pin-up moderna e Tom trabalha numa tese de doutorado e é muito misterioso. Mesmo com essas diferenças, ou talvez por causa delas, todos são muito amigos. Também achei super divertido Posy dando uma de Julia Quinn e escrevendo contos eróticos de época (com Sebastian como personagem principal). Outra coisa que amei foi o fato do livro ser cheio de citações literárias que vão desde Jane Austen e Charlotte Brontë até Sophie Kinsella. Inclusive a última citação do livro é bem sugestiva.
O que não gostei foi a forma super rápida que a autora deu para os dois personagens se entenderem. É como se ela tivesse escrito as últimas páginas às pressas. Dá a sensação que está faltando alguma coisa. Porém, mesmo com uns defeitinhos o livro é divertido e fofo.
Eu me apaixonei pela livraria. Adoraria me deparar com ela em Londres ou em qualquer outro lugar do mundo.
Eu não lembro quando assisti ao filme As Pontes de Madison pela primeira vez. Lembro que foi no cinema (os personagens principiais foram magnificamente interpretados por Meryl Streep e Clint Eastwood) e depois vi em DVD algumas vezes. Já a peça, eu lembro perfeitamente. Estava de férias em São Paulo e fui assistir à estreia no dia 17 de Julho de 2009 no Teatro Renaissance. Jussara Freire e Marcos Caruso estavam soberbos nos papéis de Francesca Johnson e Robert Kinkaid.
Há pouco tempo estava na casa de uma amiga e vi o livro, escrito por Robert James Waller. Ela me emprestou e eu o trouxe pra casa. Isso foi há uns dois ou três meses. Tenho mania de deixar livros ‘na fila’. Essa semana resolvi lê-lo e o fiz em dois dias, de tão envolvida que fiquei com a história.
Robert Kinkaid é um fotógrafo que vive em Washington e faz trabalhos para a revista National Geographic, e para isso viaja pelos quatro cantos do mundo. Divorciado e sem família, é uma alma livre. Francesca Johnson é uma dona de casa casada, mãe de dois filhos adolescentes e leva uma vida tranquila e sem grandes emoções. Quando Robert vai para a pacata cidade de Winterset, no condado de Madison, Iowa, para fotografar as sete pontes cobertas que ali existem, as vidas dos dois nunca mais voltam a ser as mesmas.
Robert já havia encontrado seis das sete pontes que iria fotografar, mas estava perdido quanto à ultima. Francesca está na varanda de sua casa bebendo uma limonada e aproveitando uns dias sozinha, já que seu marido e filhos foram passar uns dias fora, numa feira de gado, quando vê uma camionete se aproximando e Robert para diante dela para pedir informações sobre a tal ponte que precisava encontrar. Num impulso ela resolve levá-lo até lá.
Fica evidente que os dois irão se apaixonar. O aventureiro Robert consegue acalmar seu coração diante desse amor, e a calma Francesca entra em ebulição por causa dele. É um amor intenso, maduro e realista com tudo que uma relação assim implica. Apesar de adultério ser um tema polêmico (com razão), Waller descreve a relação dos dois com uma delicadeza tão grande que fica praticamente impossível não torcer por eles.
Quem já assistiu ao filme sabe como termina. O capítulo final é tão lindo que fiquei com os olhos marejados, e eu sou uma pessoa difícil de chorar. Apenas leiam.
Das sete pontes cobertas de Madison retratadas no livro, seis ainda existem e são monitoradas 24 horas por dia por um sistema de câmeras e alarmes, para conter a depredação que haviam sofrendo. Uma delas infelizmente pegou fogo há alguns anos.
Algumas frase marcantes do livro:
“Em um mundo cada vez mais endurecido, sobrevivemos todos com nossas próprias carapaças de sensibilidades encobertas. Em que ponto a grande paixão termina e a insipidez se inicia, não sei.”
“Previsibilidade é uma coisa, medo de mudar é outra.”
“O erotismo, de alguma forma, era um negócio perigoso e impróprio para seu modo de pensar.”
“Os velhos sonhos foram bons sonhos; eles não deram certo, mas fico contente porque os tive.”
“Num universo de ambiguidades, este tipo de certeza só existe uma vez, e nunca mais, não importa quantas vidas se vivam.”
Por causa da pandemia, entre outras coisas, eu quase desisti desse blog. Depois de quase um ano sem postar, resolvi retomar a ele porque gosto de escrever e apesar de não ganhar dinheiro com ele (quem sabe um dia?) é um dos meus hobbys preferidos. Bem vinda de volta pra mim! 😉
No nosso segundo dia em Salzburg, o tempo amanheceu frio e chuvoso. Acredito ter sido esse o dia mais frio da viagem. Precisávamos de um lugar quentinho e aconchegante para o desjejum. Quase tudo na cidade remete a Mozart. Tem cafés, restaurantes, chocolates, até mesmo lojas que alugam vestimentas da época do compositor. Então resolvemos tomar o café da manhã no Café Mozart, decisão mais que acertada. Esse restaurante super tradicional foi fundado em 1922 e serve um delicioso café da manhã. Uma das muitas especialidades da casa é o Salzburger Nockerl, uma espécie de crepe que é servido quente, como sobremesa. Ele é composto principalmente de ar envolvido numa leve casca de açúcar, ovo e muito pouca farinha. Delícia! O endereço do Café Mozart é Getreidegasse 22, 5020 Salzburg.
Pra começar bem o diaO famoso Salzburger Nockerl
Depois do nosso delicioso café da manhã, fomos a Mozarts Geburtshaus, a casa amarela onde Mozart nasceu e hoje é um museu. A casa foi amplamente reformada e hoje exibe uma exposição permanente, com destaque para a época em que o compositor viveu em Viena. A grande atração do museu é o cravo onde ele compôs a maioria dos concertos para piano. Os ingressos custam 12,50 euros (adulto) e 3,50 euros (crianças entre 6 e 14 anos). Crianças menores de 6 anos não pagam e o museu tem valores reduzidos para famílias e grupos. Você pode comprar aqui ou na bilheteria do museu. É uma atração imperdível na cidade e fica num prédio do século 15, no endereço Getreidegasse 9, 5020 Salzburg.
Em frente à Mozarts Geburtshaus. Com o povo aglomerado lá atrás.
A rua onde Mozart nasceu é a principal do centro histórico de Salzburg. Movimentada, cheia de lojas, restaurantes, hotéis e o ponto por onde mais circulam os visitantes da cidade. E tem uma curiosidade muito interessante: muitos dos letreiros das lojas são feitos de ferro e alguns são até mesmo folheados a ouro. A origem, dizem, vem da Idade Média, quando muitas pessoas não sabiam ler e era importante uma linguagem simbólica. Então numa sapataria, você encontra um sapato no letreiro. Numa padaria, um pão e assim por diante.
A Getreidegasse
Como choveu quase o tempo inteiro, passamos o dia entrando e saindo de lojas, onde aproveitamos e fizemos umas comprinhas. Estava tão frio que acabei comprando um par de luvas de couro.
Fomos almoçar no Nordsee, um restaurante que tem endereços na Áustria e Alemanha e serve basicamente frutos do mar. Você escolhe o que vai comer numa vitrine e pede o prato frio ou quente. Meu camarão estava muito bom. O Nordsee Salzburg fica em Getreidegasse 11, 5020 Salzburg.
Meu camarão com salada de batatas
Por indicação de uma prima, fomos conhecer o Café Tomaselli. Esse café que era frequentado por ninguém menos que Mozart, é datado de 1700 e pertence à família Tomaselli desde 1852. O lugar é muito bonito, com magníficos painéis de madeira com incrustações que adornam as paredes, mesas de mármore e bandejas de prata que levam os clientes a viajarem no tempo. Como tínhamos almoçado há pouco tempo, resolvemos só tomar um champanhe. Adorei e super recomendo. Fica em Alter Markt 9, 5020 Salzburg.
Hora do champanheChovia torrencialmente quando chegamos ao café, por isso a foto é da Afar Magazine
Saímos do Tomaselli direto para o hotel para descansarmos um pouco enquanto esperávamos a chuva passar. À noite fomos para um bar/lounge/café/restaurante chamado Carpe Diem Finest Fingerfood. É um lugar sofisticado e aconchegante, com uma culinária notável que recebeu uma estrela Michelin. Tem mesas do lado de fora também e embora a chuva tivesse cessado, estava muito frio e ficamos indoors mesmo. Música agradável, ambiente acolhedor, ótima comida e bebida e conversas com muitas risadas. Uma excelente maneira de terminar o dia. O Carpe Diem fica em Getreidegasse 50, 5020 Salzburg.
Teve fondue de chocolate de sobremesaProst!Essa linda igreja fica pertinho do restaurante. Pena que estava fechada nas duas vezes que passei por ela.